A Morte

A Morte
óleo s/tela de Guilherme de Faria 1967

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Paradoxo (de Alma Welt)

Meus sonhos, eu sei, persistirão
Bastando que eu os ponha no soneto:
Pensamento e palavra em comunhão
A partir de um impulso ou um moteto.

Ficarão eternizados se eu quiser
Meus minutos sagrados de existência,
Mas isso ocorrerá só se eu tiver
Capturado o tom e a essência

De cada aparente vão momento
Que a tantos escorrem pelos dedos
Ou caem pelos vãos do pensamento.

Registrar cabe ao poeta, na verdade,
No poema até mesmo enganos ledos
Como a própria ilusão de eternidade...


05/12/2006

Este hábil e curioso soneto que por sabedoria sugere o paradoxo da função do artista, foi encontrado inédito recentemente na arca da Alma, e não compreendo como ela não o publicou no LL ou no RL, pois é exemplar de seu pensamento idealista e profundo. (Lucia Welt)