O Olho - pintura de Guilherme de Faria, 2013
O Olho (de Alma Welt)
Há um olho por aí que tudo vê
E vigia nosso oculto pensamento,
Não importa se nele ninguém crê
Pois não é da fé seu argumento.
Me refiro a um olho atento, agudo,
Real como num sonho de vigília
E que é só o companheiro mudo
Que teremos ao longo desta trilha.
Este olho fatal que não nos guia,
Dizem uns que é nossa consciência
Que nos julga depois, à revelia.
Mas do medo é a sua natureza
Por isso não louvamos sua ciência,
E vogamos ao sabor da correnteza...
Este blog é reservado àquela parcela dos sonetos de Alma Welt que contém suas indagações (e também suas certezas) sobre a Vida, a Morte e o mistério do existir.
A Morte
sábado, 21 de dezembro de 2013
segunda-feira, 9 de dezembro de 2013
Pequena Ode ao Tempo (de Alma Welt)
O Maestro - desenho de Guilherme de Faria, 1965
Pequena Ode ao Tempo (de Alma Welt)
Já que ele respeita o nosso passo
Tão desigual em meio a contratempo,
Infortúnio ou só mudança de compasso.
Ele é o Senhor, é o Maestro autoritário
Todavia mesmo às vezes paternal,
Conquanto passível de humor vário
E quase sempre inflexível no final...
Sabei, senhores: o Tempo é mesmo Deus
Que o Verbo conjugou, nos complicando,
Ao criar a Nostalgia e o Adeus.
Mas o Presente é Seu fluxo visível,
O Futuro imprevisível retardando
E tornando o Amor, mesmo, possível...
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