Quão dúbia é a nossa humanidade,
Mormente no que tange à alegria
Que tanto almeja a eternidade
Quanto dessa rota nos desvia!
Perdida nos meandros do nadir,
Às voltas com um rol de ninharia,
Em nome de hipotético porvir
Como se fim e morte não havia...
O passado, rico em seu resíduo,
E a memória, sua vocação eterna,
São o lastro-ouro do indivíduo,
Mas só a Poesia ainda elucida
O teatro de sombras da caverna
Cujo elenco tememos na saída...
(sem data)
Este blog é reservado àquela parcela dos sonetos de Alma Welt que contém suas indagações (e também suas certezas) sobre a Vida, a Morte e o mistério do existir.
A Morte
segunda-feira, 21 de junho de 2010
sexta-feira, 11 de junho de 2010
Alma Frankenstein (de Alma Welt)
Que posso eu, vã poeta deste Pampa
Fazer em relação ao triste Mundo,
Que é o lado sombrio que destampa
A caixa de Pandora que é, no fundo?
O Olimpo éramos nós, ou Paraíso,
Num tempo que perdemos por maldade;
O abismo que cavamos, mal juízo
Que fizemos de nossa deidade...
Querer mais... da humanidade a maldição,
Fagulha a nós legada por aquele
Prometeu, de quem somos a metade.
Qual Frankenstein, somos filhos da Razão
Que nos deu a solidão, a mesma dele,
Desterrado de toda sociedade...
16/12/2006
Fazer em relação ao triste Mundo,
Que é o lado sombrio que destampa
A caixa de Pandora que é, no fundo?
O Olimpo éramos nós, ou Paraíso,
Num tempo que perdemos por maldade;
O abismo que cavamos, mal juízo
Que fizemos de nossa deidade...
Querer mais... da humanidade a maldição,
Fagulha a nós legada por aquele
Prometeu, de quem somos a metade.
Qual Frankenstein, somos filhos da Razão
Que nos deu a solidão, a mesma dele,
Desterrado de toda sociedade...
16/12/2006
quarta-feira, 2 de junho de 2010
Nichos e fronteiras (De Alma Welt)
Escrever para um leitor imaginário,
Reverente, disponível, apaixonado,
É a ilusão do poeta em seu contrário:
O ser nele socialmente motivado...
Pois o campo do poeta é a solidão,
Espaço de angústias indizíveis,
De um vago vagar na vastidão
Eivada de sombras e desníveis,
Espectros a se esgueirar furtivos
Que fazem sinais pra que os sigamos
Aos nichos profundos do que amamos,
E a uma outra fronteira perigosa
Onde cessa sua poesia e sua prosa,
Limite da razão e dos motivos...
(sem data)
Reverente, disponível, apaixonado,
É a ilusão do poeta em seu contrário:
O ser nele socialmente motivado...
Pois o campo do poeta é a solidão,
Espaço de angústias indizíveis,
De um vago vagar na vastidão
Eivada de sombras e desníveis,
Espectros a se esgueirar furtivos
Que fazem sinais pra que os sigamos
Aos nichos profundos do que amamos,
E a uma outra fronteira perigosa
Onde cessa sua poesia e sua prosa,
Limite da razão e dos motivos...
(sem data)
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