A Morte

A Morte
óleo s/tela de Guilherme de Faria 1967

sábado, 19 de janeiro de 2008

Profissão de fé (de Alma Welt)

Quando criança, o amor já desejava
E sonhando construía meus enredos;
Tornar-me escritora eu almejava,
Ser poeta e espalhar os meus segredos.

Ser pura, secreta e desbragada;
Confessional pelo mais puro pudor,
Abrir o coração, e, alargada,
Conter o essencial do meu amor:

Aquilo que devora e me conserva
Jovem para sempre enquanto morro
Um pouco a cada dia que percorro.

E assim, da Natureza alegre serva,
Manter do coração a chama eterna,
Heróica, ao sol acesa a vã lanterna.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Da verdade irredutível do ser (de Alma Welt)

Às vezes penso que fui longe demais
Em contar tudo, tudo o que me vem
Na mente, na vida, e muito mais,
Porque sempre se pode ir além...

Pois tudo o que dizemos nos pertence
E sai dentro de nós e é verdade,
Não há como dizer “isto me vence”,
É tudo parte da nossa liberdade

De optar, apreender, reter, assimilar,
Que de nossa escolha nasce e raia
O ser que, construído, vamos dar

Ao mundo, ao outro, a quem se importe,
Àqueles a quem formos dar à praia
Como náufragos que somos para a Morte!


13/01/2007