Hoje olhei no espelho e vi meu ser,
Quero dizer, a face minha oculta,
Aquela que costuma se esconder
E que não pertence à vida culta:
O ser primevo, o mito primitivo,
Eco primal do grito, não vagido,
Que o homem lançou e foi ouvido
Pela Natura num recuo intuitivo.
Eis o animal de Deus marcado
C’o sinal de distinção no fundo olhar,
Na fronte ereta onde repousa o fado!
E ao mirar assim meus belos olhos
Na profunda superfície dos abrolhos,
Tive medo de mim como de um mar...
(sem data)
Nenhum comentário:
Postar um comentário