Sabemos que o poeta não tem fim
E fica vicejando eternamente,
Não porque não morra ou coisa assim,
Mas porque o que lança é a semente.
Pois o poema em si morre e se refaz
No pensamento vivo que o defronta,
Como uma alma que não tendo paz
Volta porque ainda não está pronta.
Assombrados então pelo poema
Convivemos com mundos perdidos
De palavras e seu pródigo sistema
De trazer-nos o espelho das idades
Pra que possamos ver-nos refletidos
No cristal terrível das verdades...
(sem data)
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