Sim, nosso corpo é imaginário,
Efêmero ele passa e se dilui
No fluxo contínuo sem horário,
No espaço em que pouco denso flui.
Derretemos como vela em devoção
Sem permanência sequer de boas obras
Nem dos pensamentos a intenção
Ou de nossa astúcia as vis manobras.
Mas a alma, essa sim, tem consistência
Pelo menos duradoura, não fugaz
Do corpo que é só pura aparência.
E assim, em nossa alma confiemos
Pois nela um universo se compraz,
E cabe todo no sonho que vivemos...
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