Que imensa ilusão é a vida nossa
Mormente com o que fazemos dela,
Tão distante da chama de uma vela
Quão da lua refletida numa poça
Que unos nos faziam e mais inteiros,
Como observar nossa animália
E o belo crescimento dos canteiros,
Ciclo vital que pouco ou jamais falha...
Ah! Ambição e os sonhos de grandeza
E mesmo os de amor eternizado
Em cenário duvidoso de beleza!
Riqueza e glamour, quanta inocência!
Nossos nomes nas bocas e aclamado,
Nosso daimon a serviço da demência...
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Nota
* Daimon - Segundo o escritor Nelson Rego o daimon, para os antigos gregos, é tanto a natureza externa quanto a interna. É a potência para perseguir o que faz falta. Ao mesmo tempo interno e externo, ele é o indivíduo e algo além do indivíduo. Em princípio, nem bom, nem mau – mas, com certeza, forte –, o daimon pode ser a correnteza que leva para qualquer direção. O indivíduo pode ter êxito com esse algo que está além e o habita. E pode também ser esmagado pela força tremenda que ele traz.
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