Através dos milênios à porfia,
Carrega o poeta a sua tocha,
E o tão sagrado fogo da Poesia
Pesado vai ficando, como rocha.
A solidão aumenta a cada século,
Que, nós, milênios dentro carregamos,
Que ser poeta é ser como um espéculo
Da espécie que o saber e dor herdamos.
Que importa se o tempo nos compreende!
A missão é passar o fogo adiante,
Um poeta com outro só se entende
Desde o nadir do ser, de trás pra diante,
Como esgarçada malha que se estende,
A esperar de nós nosso levante...
(sem data)
Nenhum comentário:
Postar um comentário