Atirados na corrente sempre fomos
Em que nos debatemos e bradamos;
O rio em que nascendo mergulhamos
Ainda é o mesmo desde Cronos,
E não como o Heráclito dizia
Que nunca é o mesmo para nós;
O Tempo para o homem não sorria
Na aurora e tampouco logo após,
E ínclito, impávido, inclemente
Como rio real, e não da mente,
Passa sem levar-nos em questão,
Pois o que é uma folha que navega
Ou um pequeno galho que se entrega
Se levados vamos todos de roldão?...
08/07/2006
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