(75)
Quando penso que o meu melhor poema
Será aquele que nunca escreverei,
E que, entre mil, o melhor tema
Não terá sido nenhum que celebrei;
Quando percebo que tudo é aventura
E a vida não é mais que puro jogo
De dados lançados à ventura
E cercado pelo blefe e pelo logro,
Eu sei que construí em chão de areia
E recheei de hóspedes bisonhos
A mansão que eu queria sempre cheia.
E que no fim de uma vida de trabalho
Verei ruir como um castelo de baralho
Toda a arquitetura dos meus sonhos...
02/01/2007
Nenhum comentário:
Postar um comentário