A Morte

A Morte
óleo s/tela de Guilherme de Faria 1967

domingo, 7 de outubro de 2007

O passatempo das horas (de Alma Welt)

(97)

Para escapar às tentações do tédio
Não aceito nenhum jogo de baralho,
Nenhum de tabuleiro ou o borralho
Dos sentimentos e do raciocínio médio.

Em matéria de cartas só respeito
As da cigana com seu pacto astral
Ou aquelas que exigem muito peito
Como as do Rôdo em seu pôquer marginal.

Mas servil, vejo o passar das horas
Como um mordomo que exige as atenções
A elas porque são grandes senhoras

Que preferem o soprano da poesia
Que lhes é apresentada nos salões
Onde o próprio Tempo se enfastia.

05/01/2007

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