A Morte

A Morte
óleo s/tela de Guilherme de Faria 1967

quarta-feira, 5 de agosto de 2020

Ariadne em Naxos (de Alma Welt)

Quantas vezes só em mim mesma me perco
E me vejo em labirintos sem respostas
Prevendo o Minotauro pelo esterco
Quer dizer, francamente: pelas bostas...

Báh! Psique de poeta em quarentena
Frágil como se cortado o esperto fio *
Não fosse eu a Ariadne, tão serena
Abandonada no leito já vazio. *

Esperando a Alegria que vier *
Nem que seja com os truques do improviso
Para aquele vão consolo que se quer, *

Na Naxos sem nexo em que me encontro
Meu herói de mim partiu sem dar aviso, *
E ele mesmo era meu temido monstro...

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05/08/2020