Meu sonho de guria era real:
Eis-me aqui, poeta em plenitude.
Mas ao vivê-lo, eu vejo quão fatal
É ter um sonho chegado à completude!
Posso enxergar em mim, o dom das Parcas,
Meu Presente, Passado, e meu Futuro,
E neste, pouco além, meu próprio Muro,
Que dos três na palma tenho as marcas.
Mas, bah! por justamente tudo ver,
Muito embora por todos sendo amada,
É que é maior a dor de se viver...
Pois meu dom é ironia do Destino:
No cerne do meu ser (que desatino!)
Cassandra de mim mesma... ignorada.
08/12/2006
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