A Morte

A Morte
óleo s/tela de Guilherme de Faria 1967

sábado, 8 de maio de 2010

Alef (de Alma Welt)

E me vi num espaço de alforria
Onde antes corria aquele vento
Ou rio do meu próprio pensamento,
Que há tempos a Morte perseguia.

E eis que o Tempo cessa por encanto
E me sinto de repente em plenitude
No cenário da minha juventude,
E dessa memória guardo o espanto.

Quão belo é o hiato que me acalma
E faz ver o equilíbrio delicado
A que o homem precisa dar a palma!

Essa zona de silêncio em meio ao prado
É um Alef sublime, e tudo é uno:
A alma e seu amor, o fogo e o fumo...

(sem data)

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